A vila de Murça é especialmente conhecida pela "Porca", uma escultura em granito que data da Idade do Ferro e que esteve, provavelmente, ligada a cultos de fertilidade. Ergue-se no jardim da praça central, com os seus impressionantes 2,8metros de medida no ventre, 1,10m de altura e 1,85m de comprimento.
A lenda da “Porca de Murça”
A lenda da “Porca de Murça”, tal como todas as outras é fruto do imaginário popular.·
Esse conhecimento é geralmente perpetuado pela memória colectiva de gerações. O sentido da existência desta lenda prende-se com a explicação do significado, na Praça 31 de Janeiro ou 25 de Abril, em Murça de uma porca.
“Segundo a lenda, no século VIII, esta povoação era assolada por grande quantidade de ursos e javalis. Os senhores da Vila, secundados pelo povo, fizeram tantas montarias, até que conseguiram extinguir estas feras. Entre esta multidão de quadrúpedes, havia uma porca (ursa) que se tinha tornado o terror dos povos, pela sua monstruosa corpulência, pela sua ferocidade, e por ser tão matreira, que nunca poderia ter sido morta por caçadores.
Em 775, o Senhor de Murça, cavaleiro de grandes forças e de não menor coragem, decidiu matar a porca, e tais manhas empregou que conseguiu, libertando a terra de tão incómodo hóspede.
Em memória desta façanha, construiu-se um monumento ao qual se deu o nome de “A Porca de Murça”, e os habitantes da terra se comprometeram, por si e seus sucessores, a darem ao senhor, em reconhecimento de tal benefício, para ele e seus herdeiros, até ao fim do mundo, três arráteis de cera anualmente, por cada fogo, mesmo junto à porca.”
A vila de Murça, outrora habitada pelos romanos e depois dominada pelos árabes, recebeu o seu foral das mãos do rei D. Sancho II, em 1224. Até hoje conseguiu conservar-se a via romana deixada pelos antigos habitantes.
Via Romana
A ponte romana, sobre o rio Tinhela, era, no tempo dos romanos, o único meio de ligação entre o nascente e o poente do concelho, por onde terão passado algumas legiões de tropas romanas, povos que dominaram a Península Ibérica após vencerem os lusitanos.
Mesmo na actualidade, há cerca de duas décadas, era por ali que as populações do Vale de Cunho, Pópulo e sobretudo do Cadaval, passavam para se deslocarem a pé à sede do Concelho, nomeadamente para irem à feira, ou aquando da apanha da azeitona.
Esta ponte, mantém ainda hoje alguns lanços de calçada romana, que em breves trechos, ainda é original.
Crê-se que essa estrada romana fazia a ligação a Chaves, Braga e outras regiões da Ibéria.
Com alguns quilómetros de extensão ainda hoje se encontra em perfeito estado de conservação.
Levantado sobre a praça do município, este marco de pedra significava o domínio do povo sobre o território do concelho.
O actual pelourinho data do séc. XVI.
No terço inferior do fuste esta engastada uma argola, que, antigamente, dizem, servia para prender os condenados. Sendo assim o local da expiação do crime, o pelourinho.
Simples, elegante e bem conservado, o pelourinho de Murça é uma obra de arte apreciável. Por esse motivo foi considerado monumento nacional por decreto de 16 de Junho de 1910.
Igreja Matriz
A sua construção remonta a 1707, sendo reconstruída e ampliada em 1734, altura em que passou a ser Igreja Matriz.
Capela da misericórdia